data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: arquivo pessoal
Grazieli Mazzanti alimenta Maria Antônia que nasceu prematura. Ela está ansiosa pela alta da filha
A Semana Mundial do Aleitamento Materno de 2020 foi lançada pelo Ministério da Saúde, na última terça, junto a uma pesquisa que divulga índices de amamentação no país, chamada de Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani). Conforme o estudo, o sucesso da amamentação é baseado em ações conjuntas entre mães, comunidades, empregadores, famílias, governos, profissionais de saúde e meios de comunicação.
HUSM
A união desses fatores faz do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) um exemplo de suporte à amamentação, principalmente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. O setor, que recebe 36 bebês por mês, é formado por uma equipe de 85 profissionais entre médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogo.
Para a médica e chefe do setor, Marinez Casarotto de Oliveira, a amamentação de recém-nascidos, principalmente de prematuros, é muito importante porque ajuda a diminuir o tempo de internação e melhorar o desenvolvimento neuropsicomotor dos bebês. Segundo ela, muitas mães enfrentam uma luta diária para oferecer o principal alimento aos seus filhos.
- São verdadeiras guerreiras pelas quais eu tenho profunda admiração. Quando um bebê nasce com 500 gramas, fica cerca de 90 dias internado e as mães são incansáveis em esgotar leite para alimentá-los. Isso acontece porque ainda não temos Banco de Leite. Nossa esperança é que a Central de UTIs fique pronta logo para que possamos dar início ao projeto e alívio a essas mães que se deslocam, muitas vezes, de longe, para alimentarem os filhos - explica a médica.
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A autônoma Grazieli Dalcol Mazzanti, 36 anos, é exemplo dessa situação. Ela mora próximo à Faixa de São Sepé e vai ao Husm duas vezes ao dia para esgotar leite para a filha Maria Antônia.
- Tive pré-eclâmpsia e a minha bebê nasceu com 29 semanas, pesando menos de um quilo. No hospital, as profissionais explicam direitinho como o leite materno faz diferença no crescimento dos recém-nascidos, e, no dia a dia, vejo o quanto a Maria Antônia está crescendo rápido. Hoje, com quase um mês de vida, ela já está com 1 quilo e 230 gramas.
Grazieli destaca a importância do trabalho das profissionais da UTI Neonatal e, animada, fala do que espera para as próximas semanas da filha:
- Na sexta, segurei Maria Antônia no colo pela primeira vez. Ainda não nos deram nenhuma previsão de quando Maria Antônia terá alta, mas, ao ver as outras mães saindo felizes do hospital com os filhos grandes e saudáveis, confio que seja logo.
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SEMANA MUNDIAL
A Semana Mundial do Aleitamento Materno, comemorada, anualmente, na primeira semana de agosto, é uma campanha global para incentivar ações relacionadas à amamentação.
"Apoie a amamentação para um planeta mais saudável" é o tema escolhido para 2020. A ideia é destacar o impacto da alimentação infantil no meio ambiente, além de mencionar a necessidade de proteger, promover e apoiar a amamentação para a saúde tanto do planeta quanto da população.
A pesquisa foi realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que apresentou dados do levantamento feito com mais de 14 mil crianças menores de cinco anos, entre fevereiro de 2019 e março de 2020. Resultados preliminares apontam que mais da metade das crianças seguem com livre demanda de leite materno no primeiro ano de vida. Bebês de até seis meses têm índice de amamentação exclusiva de 45,7%, enquanto que, para as menores de quatro meses, esse índice é de 60%.